Por Foch Simão
Auditor Fiscal da Receita Federal
Vice-presidente da Delegacia Síndical de São Paulo.
Desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, o ataque surpresa a Pearl Harbor em 1941 permanece sendo um dos eventos mais debatidos na história moderna. As discussões se centram em torno da questão: Os EUA estavam cientes do iminente ataque japonês? A resposta a essa pergunta nunca foi definitiva, mas, assim como qualquer acontecimento histórico significativo, ele alimenta um conjunto de teorias da conspiração.
Fast forward para os tempos atuais, e uma situação similar se desdobra no Oriente Médio. O ataque devastador do grupo terrorista Hamas a Israel, mirando principalmente civis, suscitou debates sobre a real motivação por trás dessa ofensiva. Teria Israel, com sua vasta capacidade de inteligência e reconhecimento, sido realmente pego de surpresa? Ou haveria alguma outra força ou interesse por trás desse ataque?
Uma perspectiva é que o ataque não beneficiou nem os palestinos, sempre em busca de sua liberdade, nem os israelenses, que buscam a pacificação da região. No entanto, para potências como o Irã e a Rússia, a perturbação no equilíbrio do poder na região traz benefícios tangíveis. O Irã vê os preços do petróleo subindo e uma possível ruptura na crescente aliança entre Arábia Saudita e Israel. A Rússia, além de também lucrar com o petróleo, pode ver uma mudança no foco da ajuda dos EUA e OTAN, da Ucrânia para Israel.
Em Israel, Benjamin Netanyahu, um primeiro-ministro em queda, poderia, em teoria, se beneficiar de um inimigo comum para unir seu povo. No entanto, alegar isso como uma verdade incontestável seria prematuro e insensível.
A verdade é que o Hamas, embora autoproclamado protetor dos interesses palestinos, há muito opera com sua própria agenda radical. A situação entre Israel e Palestina é complexa, enraizada em diferenças históricas, territoriais e religiosas. Uma solução duradoura exigirá reconhecimento mútuo, compreensão e, acima de tudo, paz.
No final, o que fica evidente é que o verdadeiro espírito das religiões em questão, focado no amor e no perdão, está sendo ofuscado pelo ódio. Talvez, ao voltar às raízes de suas crenças, ambos os lados possam encontrar uma solução que transcenda política e poder. Por agora, o mundo observa, espera e reza por paz.