A greve dos auditores fiscais da Receita Federal continua a afetar severamente a logística de importações no Brasil, especialmente em momentos de alto volume de compras como o 11.11 e a Black Friday. Este movimento resultou na acumulação significativa de encomendas internacionais em aeroportos e portos, criando longas filas e atrasos substanciais na entrega.
No Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, a situação é crítica, com mais de 200 mil remessas internacionais represadas, evidenciando a magnitude do impacto. A greve, organizada pelo Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), já dura duas semanas e surge como um protesto pelo reajuste do “bônus de eficiência”, uma pauta em negociação desde 2017.
Apesar das ordens judiciais e das negociações em andamento com o governo, o sindicato considera as propostas atuais inferiores aos acordos prévios, sugerindo que a greve pode se estender por mais tempo.
Atualmente, apenas cerca de 30% dos auditores fiscais estão trabalhando, ainda que em ritmo reduzido em relação à demanda. Uma das táticas adotadas durante a greve é o “Dia do canal vermelho”, onde os auditores intensificam as fiscalizações, examinando todas as encomendas em portos, aeroportos e fronteiras. Essa operação resulta na tributação ou apreensão de produtos irregulares que normalmente passariam em análises por amostra.
Ainda sem uma previsão concreta para o término da greve, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) interveio recentemente, determinando a retomada das atividades dos trabalhadores do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
Os efeitos dessa greve ressoam além do setor fiscal, afetando consumidores e o comércio internacional, com reflexos na economia brasileira. A situação permanece em observação, com a esperança de que as negociações avancem e uma solução seja alcançada em breve.