Na última terça-feira, o Aeroporto Salgado Filho, localizado em Porto Alegre, foi cenário de uma operação-padrão conduzida pelos auditores fiscais da Receita Federal, resultando em longas filas e significativa espera para cerca de mil passageiros provenientes de voos internacionais, especialmente de Portugal e Argentina. A fiscalização intensificada de bagagens, que se estendeu por aproximadamente sete horas, incluiu o uso de raio-X e o auxílio de cães farejadores, visando a uma inspeção minuciosa das mercadorias trazidas ao país.
Esta operação não apenas prolongou o tempo de espera para o recolhimento das bagagens, fazendo com que passageiros gastassem mais que o dobro do tempo habitual para deixar as áreas de desembarque, como também afetou o fluxo de embarque, gerando atrasos nos voos programados.
Além do aeroporto, outras unidades da Receita Federal, como o terminal aduaneiro na Fronteira de Uruguaiana (RS), também participaram da operação-padrão, afetando o controle de veículos de turismo e o fluxo local, que tende a aumentar durante a temporada de verão.
A motivação por trás desta ação de protesto reside na demanda dos auditores fiscais pela implementação de um acordo firmado em 2016, que propõe a introdução de uma remuneração variável vinculada aos resultados alcançados pela Receita Federal, uma prática já adotada por fiscos estaduais e alguns municipais. Esse sistema de incentivo visa recompensar a eficiência e eficácia na arrecadação de receitas, promovendo um maior comprometimento e desempenho por parte dos auditores fiscais.
De acordo com Diogo Loureiro, auditor fiscal e uma das vozes ativas nesta mobilização, a categoria busca a efetivação desse acordo estabelecido há cerca de oito anos, com o objetivo de evidenciar a necessidade de mais servidores dedicados à fiscalização e, consequentemente, uma melhoria na eficiência dos serviços prestados pela Receita Federal.