Os alvos foram estabelecimentos comerciais localizados em um shopping popular da cidade
Por redação, dia 13 de junho de 2024
Na manhã desta quinta-feira, 13 de junho, a Receita Federal em conjunto com a Polícia Militar de Minas Gerais deflagrou mais uma etapa da Operação “Atacado Central” em Belo Horizonte. Os alvos foram estabelecimentos comerciais situados em um shopping popular no hipercentro da capital. A operação visa combater o comércio de produtos importados de forma irregular e pirateados, prática que prejudica a concorrência justa e lesa o mercado legal.
Alvos e Investigação
Ao todo, foram inspecionados dez estabelecimentos comerciais. As investigações indicam que esses locais são operados por comerciantes com alta capacidade financeira, que se aproveitam do ambiente popular para vender mercadorias ilegais. Essa prática gera uma concorrência desleal com os comerciantes que seguem a legislação vigente.
Movimentação Financeira Suspeita
Durante os últimos anos, foi possível identificar que empresas e pessoas relacionadas a esses estabelecimentos movimentaram milhões de reais. Apenas um dos alvos movimentou mais de 11 milhões de reais em quatro anos, enquanto outros movimentaram cerca de 9 milhões. Apesar dessa significativa movimentação financeira, esses comerciantes costumam declarar rendimentos muito abaixo do esperado.
Rendimentos Declarados e Patrimônio
Um dos investigados declarou rendimentos anuais de apenas 30 mil reais, equivalente a um rendimento mensal de R$ 2.500, valores que não condizem com seus hábitos de luxo. Alguns alvos residem em bairros nobres da cidade e possuem imóveis avaliados em mais de 3 milhões de reais, além de carros de luxo. Grande parte desses patrimônios não é declarada à Receita Federal.
Uso de Laranjas
Há indícios concretos de que alguns comerciantes utilizam interpostas pessoas, conhecidas como “laranjas”, para operar seus negócios e se esconder dos órgãos de fiscalização. Muitos estabelecimentos não possuem CNPJs regulares ou sequer os possuem. Além disso, é comum que esses proprietários abram e fechem várias empresas ao longo dos anos, estratégia usada para evitar passivos tributários e a fiscalização.
Impacto Econômico
O comércio ilegal e a sonegação de impostos causam prejuízos significativos ao país, retirando do mercado empresas que agem de forma correta e desviando recursos que deveriam ser investidos em áreas essenciais como educação, segurança e saúde.
A Operação
A operação contou com a participação de 25 servidores da Receita Federal e apoio da Polícia Militar de Minas Gerais. A ação é respaldada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e faz parte de um movimento nacional para defender o mercado legal, que gera empregos e atrai investimentos.
A Operação Atacado Central continuará suas atividades para garantir a ordem e a legalidade no comércio da região, combatendo práticas ilícitas que prejudicam a economia e a sociedade como um todo.