A ação conjunta mira 57 alvos em São Paulo e Minas Gerais, investigando fraude fiscal e blindagem patrimonial promovida por duas fintechs.
Por redação, dia 28 de agosto de 2024
Nesta quarta-feira, 28 de agosto, a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram a Operação Concierge, com o objetivo de desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e blindagem patrimonial. A organização criminosa utilizava fintechs, que movimentaram R$ 3,5 bilhões entre 2020 e 2023, para facilitar operações financeiras ilícitas. As empresas ofereciam serviços que permitiam a livre movimentação de valores sem o risco de bloqueios judiciais, garantindo a invisibilidade dos clientes frente ao Sistema Financeiro Nacional.
A operação atinge 57 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, em diversas cidades de São Paulo e Minas Gerais, incluindo São Paulo, Osasco, Campinas, Sorocaba e Belo Horizonte. A Receita Federal focou em 12 empresas, buscando documentos para investigação tributária.
As fintechs envolvidas usavam contas chamadas “conta bolsão”, onde concentravam o dinheiro de vários clientes em uma única conta bancária, dificultando o rastreamento das transações. Essa estratégia permitia a ocultação de ativos, protegendo devedores com grandes dívidas tributárias, como um dos investigados, que possui R$ 254 milhões inscritos na dívida ativa da União.
A operação foi nomeada Concierge por fazer referência ao serviço personalizado que as fintechs ofereciam aos seus clientes, facilitando esquemas de fraude fiscal e ocultação patrimonial.