Por Redação, 11 de outubro de 2024
Na manhã desta segunda-feira (14/10), a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público Estadual (MPRJ), deflagrou a Operação Postos de Midas. A ação visa desmantelar um esquema de fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, envolvendo um Deputado Estadual da Região de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
A operação contou com a participação de 60 policiais federais, 12 servidores da Receita Federal e membros do Ministério Público, que cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, além de quatro prédios públicos localizados em Campos dos Goytacazes, na Região dos Lagos, na Região Metropolitana e na capital do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
As investigações, conduzidas pela Delegacia Regional de Polícia Judiciária e pela Delegacia de Polícia Federal de Campos dos Goytacazes, tiveram início após a prisão em flagrante de um dos membros da organização criminosa em 2022, acusado de corrupção eleitoral. Ele é apontado como braço direito do chefe da organização, o Deputado Estadual investigado, que utilizava um esquema fraudulento para contratar empresas “emprestadas” ou ligadas a ele, por meio de dispensa de licitação, causando sobrepreço e desvio de recursos públicos.
Os valores desviados eram lavados através de uma extensa rede de postos de combustíveis. Além disso, as investigações indicam a prática de direcionamento de licitações para empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, consolidando o esquema criminoso.
O nome da operação, “Postos de Midas”, faz referência ao crescimento exponencial do patrimônio do investigado. Em 2012, quando concorreu ao cargo de vereador, o parlamentar declarou um patrimônio de R$ 224 mil, composto por dois veículos e uma participação em um posto de gasolina. Já em 2022, quando disputou uma vaga de Deputado Estadual, seu patrimônio havia crescido para R$ 1,9 milhão. Atualmente, ele controla 18 postos de combustíveis e 12 empresas envolvidas no esquema.
As investigações continuam, e os envolvidos podem responder por crimes de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.