Publicado em 07/12/2023 08h06 Atualizado em 07/12/2023 16h36
Salvador, BA – Em uma ação conjunta de grande envergadura, a Receita Federal, a Polícia Federal, o Ministério Público do Estado da Bahia e a Força Correcional Especial Integrada (FORCE/COGER/SSP/BA) lançaram nesta quinta-feira, 7 de dezembro, a Operação El Patron. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa com atividades em Feira de Santana e regiões próximas, especializada em lavagem de dinheiro proveniente de crimes como jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada de cargas roubadas.
A operação, que tem foco no combate à sonegação e às atividades ilícitas, está cumprindo dez mandados de prisão preventiva e trinta e três de busca e apreensão. Além disso, foram bloqueados mais de R$ 160 milhões em contas bancárias dos investigados e decretado o sequestro de 40 propriedades urbanas e rurais. Seis empresas tiveram suas atividades econômicas suspensas por decisão da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana/BA. A operação mobiliza 15 Auditores-Fiscais, 07 Analistas Tributários da Receita Federal e cerca de 200 Policiais.
A investigação iniciou-se após a recepção de um ofício do Ministério Público do Estado da Bahia, apontando para graves delitos na região conhecida como Princesinha do Sertão. As diligências aprofundadas revelaram a estrutura da organização, incluindo o poderio econômico e a participação dos indiciados em um grupo miliciano.
Curiosamente, o chefe da organização criminosa, atualmente detentor de foro privilegiado, será julgado pela justiça de primeiro grau, seguindo o entendimento do Supremo Tribunal Federal para crimes cometidos antes da diplomação e não relacionados ao cargo.
Relatórios da Receita Federal indicaram inconsistências fiscais significativas, movimentações financeiras suspeitas e posse de bens móveis e imóveis não declarados, sugerindo fortes indícios de lavagem de dinheiro.
Esta investigação segue em andamento, buscando identificar outros envolvidos. Se condenados, as penas máximas para os crimes investigados podem exceder 50 anos de reclusão. A operação reafirma o compromisso das autoridades em combater a corrupção e assegurar a justiça fiscal no país.